Considerado um dos conceitos fundamentais de Freud, na psicanálise, o Complexo de Édipo trata-se de um conceito que se passa durante o desenvolvimento infantil, no qual, há uma ‘disputa’ entre a criança e seu progênitor do mesmo sexo pelo amor do progenitor do sexo oposto. Por exemplo, no caso do menino ele ‘disputa’ com o pai o amor da sua mãe, enquanto que a menina ‘disputa’ com a sua mãe o amor do seu pai.
Apesar de parecer um conceito estranho, o Complexo de Édipo é fundamental e essencial no desenvolvimento infantil. Tanto é que se mantém como universal, sendo comum em todos os seres humanos, embora exista alguns estudos que questionem esta universalidade das pessoas.
O termo Complexo de Édipo foi introduzido por Freud na psicanálise. Ele teve como embasamento a tragédia da mitologia grega de Sófocles no século V a.C. Na história, Laio e Jocasta tiveram um filho chamado Édipo. A tragédia acontece quando o filho mata seu pai para ficar com sua mãe, terminando com o suicídio de Jocasta e a automutilação de Édipo.
Simplificando o conceito
A partir do momento em que a criança nasce ela está completamente ligada aos pais, pela satisfação das necessidades, cuidados, entre outras atribuições. Dessa forma, o filho ou filha dependente completamente dos pais, numa relação fusional, visto que a criança não existe sozinha e separada dos pais. Por isso, os pais garantem a satisfação das suas necessidades e a total proteção do meio.
Nesse sentido, a criança se desenvolve em uma relação triangular entre filho (a), mãe e pai, crescendo com a ideia de que os pais fazem parte de si, devido sua extrema dependência. Vendo seus responsáveis como um mecanismo ‘seu’ para satisfazer suas necessidades. E, o Complexo de Édipo vem para de certa forma frustar a criança, marcando a separação entre ela e os pais, normalmente, entre 3 até os 6 anos de idade. A partir daí a criança passa a perceber que que o amor não é unicamente para si e que os pais não a podem proteger completamente do mundo.
Como o pai e a mãe possuem uma relação, e não partilham consigo, pelo contrário, diminuem o amor e proteção face ao início, o que é considerado completamente normal. A criança responsabiliza internamente o progenitor do mesmo sexo pela separação, ambicionando o amor e proteção total como tinha no início pelo progenitor do sexo oposto. Ou seja, o menino responsabilizando o pai e tendo seu amor pela mãe, e a menina responsabilizando a mãe e tendo seu amor pelo pai.
Porém, ao mesmo tempo que o menino é hostil para o pai porque lhe tira o amor da mãe, o menino ambiciona ser como o pai, identificando-se com o mesmo, visto que este conseguiu ter o amor da mãe. Da mesma forma acontece com a menina querendo ser como a mãe para ter o amor do pai.
Contradições
No entanto, com o passar do tempo diversos casos dificultaram o conceito do Complexo de Édipo, tendo em vista os casos de divórcio entre o casal, separação, viúvo, entre outras situações. Ou então aspectos psicológicos que envolvem negligencia, submissão, entre outros fatores por parte do progenitor, além do caso de não impor limites ou barreiras entre mãe e filho, por vários motivos.
Nesta situação, em que Freud afirma ser um caso de Complexo de Édipo "mal resolvido" podem haver diversas consequências, como: a identificação com o progenitor do sexo oposto, em que o menino se identifica com a mãe, e a menina se identifica com o pai, explicando os casos de homossexualidade, comportamento submisso, dependência excessiva ao sexo feminino, entre outros.
Isso porque segundo o conceito de Freud, o menino sem pai, vai querer ser como a mãe. No extremo oposto, temos o menino que teve uma mãe, mesmo com o pai presente, é incapaz de se "separar" e de se impor limites a si e seu filho, passando a ser opressora e controladora, massacrando o filho psicologicamente. O menino vai então replicar e generalizar a todas as mulheres o que vivenciou com a mãe. Assim, não vai conseguir amar as mulheres. Curiosamente Freud afirma que pode tornar-se também homossexual, não por querer ser como uma mulher, mas por não conseguir ama-la, mostrando pouco interesse e desprezando o sexo oposto.
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Fonte: psicologiafree.com/areas-da-psicologia/psicologia_clinica/afinal-o-que-e-o-complexo-de-edipo/" target="_blank">psicologia Free
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