Por Maria Helena
Nos dias de hoje, o interesse pela Psicomotricidade se tornou cada vez maior, nos ambientes mais diversos da sociedade: escolas, hospitais, consultórios médicos, etc. No entanto, essa mesma psicomotricidade permanece mal conhecida e mal delimitada na sua natureza e nas técnicas que dela decorrem.
A Psicomotricidade lida com os potenciais humanos como área básica. Por meio de estímulos, um correto esquema e imagem corporal, uma lateralização bem definida e trabalhada, uma boa tonicidade, equilibração e coordenação, é possível fazer com que o indivíduo crie um sentimento de competência e autoestima, se sinta amado e aceito pelos demais. Dessa maneira, ele se torna um transformador e um produtor social.
A psicomotricidade parte do princípio que o desenvolvimento das capacidades mentais (análise, síntese, abstração, simbolização, etc.) têm êxito a partir do correto conhecimento e controle da própria atividade corporal, ou seja, o esquema corporal. O corpo, o movimento e a ação são os elementos básicos do nosso conhecimento e compreensão do mundo. É por meio da experiência do movimento e da ação que o pensamento é construído, isto é, o movimento é o pensamento em ação.
A Educação Psicomotora, que engloba a multiplicidade de todos esses processos coordenados, tem como fim a estimulação do desenvolvimento integral do ser. Na reeducação psicomotora (R.P.M.) devemos nos esforçar para obter, através de uma relação singular entre paciente e psicomotricista (diálogo tônico):
– o domínio do equilíbrio e do tônus da postura;
– o controle e a eficácia das diversas coordenações globais e segmentares;
– a consciência do próprio corpo, a organização do esquema corporal;
– uma estruturação espaço-temporal correta, uma boa orientação espacial e lateralização;
– uma correta e eficaz praxia global e fina;
– Compreensão dos aspectos da Sociabilização.
As sessões de psicomotricidade podem acontecer dentro ou fora do currículo escolar, que variam entre 30 e 50 minutos de acordo com a necessidade.
A Psicomotricidade pode ser trabalhada em qualquer ambiente, externo ou interno. Utiliza-se os mais diversos tipos de materiais nos mais diferentes ambientes. Pode ser realizada no solo ou em aparelhos específicos (traves de equilíbrio, bancos, escadas, salto, argolas, cama elástica, entre outros).
As atividades desenvolvidas durante as sessões vão desde circuitos com exercícios básicos de coordenação, força, equilíbrio estático e dinâmico, até brincadeiras e jogos cooperativos. Podem envolver também o uso de fitas, arcos, bolas, cordas, massas, perna de pau, raquetes, etc. O importante mesmo é que as crianças possam vivenciar diferentes experiências da melhor maneira possível e, por intermédio delas, consigam se conhecer e se aceitar.
Uma das primeiras lições para os que desejam construir algo na vida é justamente aceitar que o conhecimento é fundamental para nosso desenvolvimento e amadurecimento.
Trocar experiências, ouvir os mestres e colocar em prática esses ensinamentos é um bom caminho rumo às vitórias, sejam elas quais forem.
Fazer uso dessas conquistas, e compartilhá-las com quem o ajudou, retribuir, reconhecer e entender a sua ampla significação, reflete no comportamento esperado de um ser humano digno e respeitável. Para isso, a criança precisa conhecer-se, respeitar-se e entender o outro, voltar às origens e vivenciar novamente o rolar, rastejar, engatinhar, quadrupejar, andar, correr, saltar… Conhecer e enxergar o indivíduo como um ser completo, onde o cognitivo, o motor e o afetivo se completam e formam a tripolaridade do mesmo.
E esse é nosso principal ideal: aprender e ensinar a criança a se expressar e conhecer suas próprias expressões corporais, seja por gestos, olhares, atitudes ou pelo silêncio. Afinal, as palavras não dizem tudo. Dessa maneira, também cultivaremos nos pequenos atitudes e valores que os farão pessoas realmente capazes de fazer a diferença frente à nossa sociedade.
Fonte: Blog Saúde Infantil